Categoria B

9. Primeiros Socorros no Trânsito

En esta unidad aprenderemos:

Acidentes de trânsito são uma realidade no Brasil, exigindo reações rápidas e conhecimentos de primeiros socorros para salvar vidas. Saber como agir em situações críticas é essencial para reduzir danos e cumprir a Lei nº 9.503/1997, que obriga os condutores a prestar socorro.


Neste capítulo, você aprenderá a identificar lesões, realizar procedimentos básicos e acionar serviços de emergência como o SAMU. A rapidez no atendimento e atitudes corretas podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Seja um condutor preparado e contribua para um trânsito mais seguro e humano.

Além disso, este conhecimento não apenas ajuda em situações de emergência, mas também promove um senso de responsabilidade coletiva. Ao prestar primeiros socorros, você demonstra empatia e comprometimento com a vida, contribuindo para uma sociedade mais solidária e consciente.

1. Noções Básicas de Atendimento a Vítimas de Acidente

O atendimento às vítimas de acidente de trânsito é uma competência importante que qualquer condutor pode enfrentar em algum momento.

Saber como agir diante dessas situações pode fazer a diferença entre salvar uma vida ou agravar o estado de uma vítima.

Este tópico aborda os passos fundamentais para um atendimento seguro e eficaz, sempre respeitando os limites legais e evitando riscos para o condutor e para terceiros.

1.1. Avaliação Inicial da Situação

Antes de qualquer intervenção, é crucial avaliar a cena do acidente:
  • Segurança: Certifique-se de que o local é seguro para aproximar-se, evitando riscos como vazamento de combustíveis, incêndios ou tráfego intenso.
  • Sinalização: Utilize triângulos de sinalização, lanternas ou qualquer equipamento disponível para alertar outros motoristas e evitar novos acidentes.
  • Avaliação visual: Observe o número de vítimas, gravidade dos ferimentos e se há necessidade de apoio imediato dos serviços de emergência.

1.2. Acione os Serviços de Emergência

Contate os serviços de emergência imediatamente através do 192 (SAMU), 193 (Corpo de Bombeiros) ou 190 (Polícia Militar). Ao fazer a chamada:
  • Informe o local exato do acidente, utilizando pontos de referência.
  • Descreva a situação, incluindo o número de vítimas e a gravidade dos ferimentos.
  • Siga as instruções do atendente enquanto aguarda o socorro.

1.3. Princípios Básicos de Primeiros Socorros

Enquanto o socorro não chega, tome medidas para estabilizar a situação sem agravar os ferimentos:

  • Manter a calma: Demonstre segurança para tranquilizar as vítimas e outras pessoas no local.
  • Não mova as vítimas: Exceto em situações de risco imediato, como incêndio ou explosão, a movimentação pode causar lesões mais graves, principalmente na coluna vertebral.
  • Verifique os sinais vitais: Confirme se a vítima está respirando e, caso não esteja, inicie a reanimação cardiorrespiratória (RCP), se souber como executá-la corretamente.
  • Controle de hemorragias: Se houver sangramento, pressione o local com um pano limpo ou gaze para reduzir a perda de sangue.

1.4. Cuidados com Diferentes Tipos de Ferimentos

  • Fraturas: Evite movimentar o membro afetado e, se possível, imobilize-o com talas improvisadas.
  • Queimaduras: Nunca aplique substâncias como pomadas ou óleos. Resfrie o local com água corrente por alguns minutos.
  • Estado de choque: Mantenha a vítima deitada, com as pernas levemente elevadas, e cubra-a para preservar a temperatura corporal.

1.5. Aspectos Legais e Deveres do Condutor

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o condutor envolvido ou que presencie um acidente tem o dever de:

  • Prestar socorro às vítimas.
  • Acionar os serviços de emergência competentes.
  • Permanecer no local do acidente até a chegada das autoridades, salvo em situações em que a sua segurança esteja em risco.

O descumprimento dessas obrigações pode resultar em penalidades severas, incluindo multa, suspensão do direito de dirigir e até mesmo processo criminal.

1.6. Prevenção e Educação no Trânsito

A melhor forma de lidar com acidentes é preveni-los. Isso inclui:
  • Respeitar os limites de velocidade e sinalização.
  • Manter a atenção total ao dirigir, evitando distrações como o uso de celular.
  • Garantir que o veículo esteja em boas condições de manutenção, especialmente sistemas de freios e pneus.
Educação continuada sobre primeiros socorros também é fundamental. Participar de cursos ou treinamentos pode preparar condutores para agir com competência em situações de emergência.

2. Sinalização e Isolamento do Local do Acidente

A sinalização e o isolamento do local de um acidente são etapas cruciais para garantir a segurança de todos os envolvidos e evitar novos incidentes.

Em situações de emergência, seguir procedimentos claros e organizados é fundamental para minimizar riscos e preservar vidas.

Neste tópico, abordaremos as práticas recomendadas e as normas vigentes no Brasil relacionadas à sinalização e ao isolamento de locais de acidentes.

2.1 Importância da Sinalização e do Isolamento

Ao ocorrer um acidente de trânsito, o local pode se tornar perigoso para outros motoristas, pedestres e para os envolvidos.

A ausência de sinalização adequada pode levar a novos acidentes, agravar a situação ou dificultar o trabalho das equipes de resgate e autoridades competentes.

Por isso, a correta sinalização e o isolamento do local são medidas essenciais para:
  • Evitar colisões secundárias.
  • Proteger vítimas e testemunhas.
  • Facilitar a atuação dos serviços de emergência.

2.2 Passos para Sinalizar e Isolar o Local do Acidente

Manter a Calma e Avaliar a Situação: Antes de agir, o condutor deve assegurar-se de que está em segurança. Avaliar rapidamente os riscos no local, como vazamentos de combustíveis, fogo ou tráfego intenso.

  • Utilizar o Triângulo de Sinalização: O triângulo de sinalização é um equipamento obrigatório em veículos, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Ele deve ser posicionado a uma distância de, pelo menos, 30 metros do veículo em locais urbanos e 50 metros em rodovias. Em curvas ou locais de baixa visibilidade, essa distância deve ser ajustada para alertar os motoristas com antecedência.
  • Ligar o Pisca-Alerta: Acione as luzes de alerta do veículo imediatamente para chamar a atenção de outros motoristas. Isso é especialmente importante em situações de baixa visibilidade, como à noite ou em condições climáticas adversas.
  • Bloquear a Via, se Necessário: Caso o acidente tenha gerado detritos na pista ou se o veículo não puder ser removido de imediato, utilize cones, galhos de árvores ou outros materiais visíveis para delimitar o espaço. Evite, entretanto, expor-se a riscos desnecessários ao fazer isso.
  • Afaste Pessoas do Local: Oriente as pessoas a manterem uma distância segura do local do acidente, evitando aglomerações que possam dificultar a atuação das autoridades e comprometer a segurança.

2.3 Equipamentos Obrigatórios e Recomendações

  • Triângulo Refletivo: Como mencionado, é de uso obrigatório e deve ser mantido em condições adequadas.
  • Colete Refletivo: Embora não seja exigido por lei no Brasil, o uso de colete refletivo aumenta a visibilidade do condutor, especialmente em rodovias e à noite.
  • Lanterna: Fundamental para sinalização em locais pouco iluminados.
  • Celular: Utilizado para acionar os serviços de emergência, como SAMU (192), Corpo de Bombeiros (193) e Polícia Rodoviária (191).

2.4 Normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)

O CTB prevê a obrigatoriedade de adoção de medidas que garantam a segurança no trânsito em caso de emergências. Alguns artigos relevantes incluem:

  • Artigo 176: Estabelece que deixar de adotar providências necessárias para evitar perigo à segurança de trânsito constitui infração gravíssima, sujeita a multa e suspensão do direito de dirigir.
  • Artigo 105: Define os equipamentos obrigatórios que devem estar presentes nos veículos.

2.5 Ações em Situações Específicas

  • Acidentes com Vítimas: Além de sinalizar e isolar o local, é fundamental evitar mover as vítimas, salvo em situações de risco iminente, como incêndios ou explosões.
  • Acidentes Sem Vítimas: Caso não haja feridos, os veículos devem ser removidos da pista assim que possível para evitar a obstrução do tráfego, conforme previsto no CTB.
  • Acidentes em Rodovias: Em rodovias, a sinalização deve ser ainda mais cuidadosa devido à alta velocidade dos veículos. Sempre que possível, posicione-se atrás de barreiras de proteção.

3. Ações Iniciais: Verificação de Consciência, Respiração e Pulso

Em situações de emergência no trânsito, como acidentes ou colisões, saber como agir de forma rápida e precisa pode salvar vidas.

Este capítulo aborda as ações iniciais que um condutor deve tomar ao se deparar com uma vítima no local do acidente, com foco em três passos fundamentais: verificação de consciência, respiração e pulso.

3.1. Importância das Ações Iniciais

A primeira reação em um cenário de acidente é crucial para minimizar os danos à saúde da vítima. As ações iniciais servem para identificar rapidamente o estado da pessoa e priorizar os cuidados até a chegada de profissionais de emergência.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), prestar socorro é uma obrigação legal dos envolvidos no acidente (art. 176). Além disso, atitudes corretas podem evitar o agravamento de lesões.

3.2. Verificação de Consciência

A verificação de consciência é o primeiro passo para avaliar o estado de uma vítima. Siga as etapas abaixo:
  • Chame pela vítima: Use frases simples, como "Você pode me ouvir?" ou "Está tudo bem?". Fale em tom claro e firme.
  • Estimule fisicamente: Caso não haja resposta verbal, toque levemente nos ombros ou dê pequenos tapinhas, sempre com cuidado para não causar dor ou piorar possíveis lesões.
  • Avalie a resposta: Se a vítima abrir os olhos, responder verbalmente ou apresentar qualquer reação, ela está consciente. Caso contrário, considere-a inconsciente e prossiga para os próximos passos.

3.3. Verificação de Respiração

Uma vítima inconsciente pode estar em risco de parada respiratória. Para verificar a respiração:

  • Posicione a vítima: Se possível, deite-a de costas em uma superfície plana e segure sua cabeça para evitar movimentos bruscos.
  • Incline levemente a cabeça para trás: Isso ajuda a abrir as vias aéreas. Cuidado para não aplicar força excessiva no pescoço.
  • Observe, ouça e sinta: Aproximando o rosto da vítima, observe se o peito se movimenta, ouça sons de respiração e tente sentir o fluxo de ar. Esse processo deve durar no máximo 10 segundos.
  • Ação imediata: Caso a vítima não esteja respirando, inicie manobras de reanimação cardiorrespiratória (RCP) ou chame imediatamente o serviço de emergência (192 no Brasil).

3.4. Verificação de Pulso

A presença de pulso indica que o coração da vítima está funcionando, mas isso não descarta a necessidade de outros cuidados.
  • Localize o pulso: Use dois dedos (indicador e médio) para sentir o pulso na artéria carótida (lado do pescoço) ou na artéria radial (punho). Nunca use o polegar.
  • Pressione levemente: Aplique pressão suave para identificar batimentos. Aguarde de 5 a 10 segundos para confirmar.
  • Ausência de pulso: Caso não sinta o pulso, combine RCP com solicitação de ajuda profissional urgente.

3.5. Cuidados Adicionais

  • Evite movimentar a vítima: Apenas mexa no corpo caso haja risco iminente, como fogo ou explosão.
  • Chame por ajuda: Acione o SAMU (192) ou o Corpo de Bombeiros (193) fornecendo informações claras sobre o local e o estado da vítima.
  • Mantenha a calma: Isso ajuda a tomar decisões rápidas e eficazes.

4. Contato com Serviços de Emergência (SAMU, Bombeiros, etc.)

Em situações de emergência no trânsito, é essencial saber como acionar corretamente os serviços de emergência para garantir uma resposta rápida e eficiente.

No Brasil, os principais serviços que atuam nessas situações são o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), os Bombeiros e a Polícia Militar.

Cada um desempenha um papel fundamental na segurança da população e no atendimento às vítimas de acidentes ou outras emergências.

Importância do Contato Rápido e Preciso

Acionar os serviços de emergência com rapidez e precisão pode salvar vidas. Muitas vezes, o tempo de resposta é determinante para o sucesso no resgate ou atendimento às vítimas de acidentes de trânsito, queimaduras, afogamentos, entre outras situações.

Por isso, todo condutor deve conhecer os números de emergência e as informações que precisam ser fornecidas no momento do chamado.

4.1 Principais Serviços de Emergência e Seus Números

SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) - 192

O SAMU presta atendimento pré-hospitalar em casos de urgências médicas, como acidentes graves, mal súbito, traumas e outros problemas de saúde que demandem intervenção imediata.

Ao acionar o SAMU, esteja preparado para informar:
  • Localização exata do incidente (endereço, ponto de referência, rodovia e quilômetro, se aplicável).
  • Tipo de emergência (acidente de trânsito, atropelamento, mal súbito, etc.).
  • Número de vítimas e condições aparentes (consciente, inconsciente, com sangramento, preso nas ferragens, etc.).

Corpo de Bombeiros - 193

O Corpo de Bombeiros é responsável por resgates, combate a incêndios, salvamentos aquáticos e atendimento a vítimas presas em ferragens.

Em situações de acidente de trânsito, especialmente com risco de incêndio ou pessoas presas no veículo, é fundamental acionar os bombeiros imediatamente. Durante a ligação, forneça:
  • Local exato do incidente.
  • Tipo de emergência (colisão, incêndio, capotamento, etc.).
  • Situação das vítimas (presas nas ferragens, estado de consciência, etc.).

Polícia Militar - 190

A Polícia Militar deve ser acionada em casos de acidentes com discussões entre condutores, suspeita de embriaguez, fuga do local ou qualquer situação que demande a presença de uma autoridade para assegurar a ordem e a segurança.

4.2 Como Proceder ao Acionar os Serviços de Emergência

  • Mantenha a calma: Respire fundo e organize suas ideias antes de fazer o chamado.
  • Informe com clareza: Dê informações precisas sobre a localização e a situação.
  • Siga as instruções: Os atendentes orientarão sobre como proceder até a chegada das equipes de resgate.
  • Não desligue sem autorização: Permaneça na linha até que o atendente colete todas as informações necessárias.

4.3 Cuidados Adicionais no Local da Emergência

  • Evite aglomerações: Elas dificultam o trabalho das equipes de resgate.
  • Sinalize o local: Use o triângulo de sinalização, faróis de alerta e outros dispositivos para evitar novos acidentes.
  • Não mova as vítimas: A menos que haja risco iminente, como incêndio, aguarde o atendimento especializado para evitar agravamento de lesões.

4.4 Treinamento e Consciência

É importante que todo condutor tenha noções básicas de primeiros socorros e saiba como agir em situações de emergência.

Alguns cursos de formação de condutores já incluem esses conhecimentos, mas buscar treinamentos adicionais pode ser um diferencial para atuar de forma mais confiante e eficiente.