9. Primeiros Socorros e Ações em Acidentes
En esta unidad aprenderemos:
Índice de contenido
- 9.1 O fator humano nos acidentes de motocicleta
- 9.2 A via como causa dos acidentes de motocicleta
- 9.3 O veículo nos acidentes de trânsito
- 9.4 Influência da velocidade no tipo de gravidade das lesões
- 9.5 Lesões em um acidente
- 9.6 Medidas a tomar pelos envolvidos em um acidente
- 9.7 Pessoas não envolvidas no acidente
- 9.8 Atuação em caso de motorista ferido
- 9.9 Comportamento em caso de hemorragia ou amputação
- 9.10 Comportamento em caso de queda
- 9.11 Verificação da motocicleta após o acidente
A sinistralidade sobre duas rodas diminuiu nos últimos anos, mas se adicionarmos os feridos graves, verificamos que ainda há muito caminho a percorrer na segurança viária.
De acordo com a DETRAN, a maioria dos acidentes de motocicleta e ciclomotor provém de colisões frontolaterais contra automóveis.
Quando o acidente ocorre por uma saída da via, o sinistro mais frequente é o capotamento da motocicleta.
No aspecto temporal, mais da metade dos acidentes ocorreram no fim de semana, especificamente entre 8h e 16h.
9.1 O fator humano nos acidentes de motocicleta
O condutor é o principal protagonista do acidente, por isso é imprescindível que suas faculdades físicas e psíquicas estejam em bom estado.
Nesse sentido, a falta de senso de equilíbrio e de domínio sobre si mesmo é uma das principais causas de sinistralidade entre motociclistas.
Em mais de 50% dos acidentes provocados por condutores entre 16 e 25 anos, o álcool ou a velocidade excessiva estavam presentes no momento do acidente.
Na maioria dos acidentes, os condutores eram homens menores de 25 anos e aproximadamente um terço já havia se envolvido em um acidente anteriormente.
Comportamentos exibicionistas e de competição entre motociclistas também provocam um grande número de acidentes, assim como a ingestão de álcool, embora em porcentagem menor do que entre condutores de automóveis.
9.2 A via como causa dos acidentes de motocicleta
O estado da via desempenha um papel fundamental na sinistralidade envolvendo ciclomotores ou motocicletas.
Buracos, pavimentos molhados ou arenosos, estradas mal asfaltadas, entre outros fatores, contribuem para o aumento dos acidentes.
Em vias especialmente deterioradas, os condutores de motocicleta devem agir com prudência. Contudo, mais da metade dos acidentes de trânsito ocorreram em trechos secos e com curvas suaves.
9.3 O veículo nos acidentes de trânsito
Em um terço dos acidentes de motocicleta, a causa do sinistro foi a queda da moto sem que outro veículo a atingisse.
Nos outros dois terços, o acidente ocorreu por uma colisão provocada por outro veículo.
Ao contrário do que se possa pensar, na maioria dos acidentes as motocicletas eram novas e não apresentavam defeitos decorrentes da idade.
Outro dado importante é que, em mais da metade dos acidentes envolvendo motocicleta, o veículo apresenta grande cilindrada.
9.4 Influência da velocidade no tipo de gravidade das lesões
Embora as lesões em um acidente de motocicleta dependam de diversos fatores, pode-se estabelecer que:
- A 60 km/h, o condutor sofre ferimentos e contusões.
- A 100 km/h, é comum ocorrerem fraturas nas extremidades.
- A 120 km/h, traumatismos cranianos e hemorragias internas são frequentes.
É imprescindível usar sempre o capacete, pois, sem ele, um impacto a 25 km/h pode resultar em traumatismo craniano.
Além da velocidade, fatores externos—como colidir com um guarda-corpo, muro ou meio-fio—podem agravar as lesões, variando conforme o traçado da via e a roupa utilizada.
9.5 Lesões em um acidente
As lesões mais frequentes nos acidentes de motocicleta são:
- Lesões em ombros, braços e mãos: Devido ao impacto contra objetos duros, ao apoio no pavimento durante a queda e ao atrito com o asfalto.
- Lesões no peito e abdômen: Podem ocorrer ao bater contra o guidão da motocicleta.
- Lesões nas extremidades inferiores: Impactos dos joelhos contra o asfalto, queimaduras pelo contato com o escapamento e compressão de pernas ou pés.
- Traumatismos cranioencefálicos: Considerada a lesão mais grave, o uso do capacete tem reduzido esses incidentes, embora ainda ocorram muitos casos fatais.
9.6 Medidas a tomar pelos envolvidos em um acidente
Medidas urgentes sem feridos
- Pare o veículo e afaste-o da zona de perigo.
- Sinalize o local do acidente.
- Identifique os envolvidos por meio de uma declaração amigável.
- Verifique os danos no veículo e não retome a marcha até que a situação esteja sob controle.
Medidas urgentes com feridos
Sinalização
- Acione a sinalização de emergência e, se a visibilidade estiver comprometida, use o indicador de direção esquerdo para alertar os demais usuários, mesmo que não seja uma sinalização regulamentar.
- Se disponível, utilize um cobertor ou capa com sinal de perigo e, à noite, mantenha a luz de posição acesa.
- Solicite que os condutores auxiliem posicionando triângulos de sinalização e utilizando a sinalização de emergência dos seus veículos.
Pedir socorro
Após sinalizar o local, chame os serviços de emergência e a polícia.
Garantir a segurança dos feridos
- Acalme os feridos, afaste-os do perigo e posicione-os corretamente.
- Se souber como, inicie os procedimentos de primeiros socorros.
- Anote os nomes das testemunhas, informe a polícia sobre os fatos e redija o relatório do acidente.
9.7 Pessoas não envolvidas no acidente
Se você for testemunha de um acidente de trânsito onde a ajuda já está organizada, siga seu caminho.
Caso contrário, pare e ofereça toda a ajuda possível, protegendo os feridos, sinalizando o local e fornecendo o máximo de informações para identificar corretamente o sinistro.
Lembre-se: omitir socorro a um ferido é crime.
9.8 Atuação em caso de motorista ferido
- Siga o esquema PAS (Proteger, Avisar e Socorrer). Após proteger o local e avisar os serviços médicos, avalie o estado do ferido, verificando se ele está consciente e respirando, nessa ordem.
- Se o motociclista estiver inconsciente e houver risco de asfixia, remova o capacete com cuidado (entre duas pessoas, se necessário) para evitar danos adicionais, e, em caso de hemorragia, nunca obstrua o nariz.
9.9 Comportamento em caso de hemorragia ou amputação
Para conter uma hemorragia intensa, existem três métodos:
- Compressão direta: Pressione a ferida com uma gaze limpa por, no mínimo, 10 minutos e, se possível, eleve a extremidade acima do coração.
- Compressão arterial: Se a compressão direta falhar, localize a artéria principal do braço ou da perna para interromper a circulação.
- Torniquete: Utilize-o apenas se os métodos anteriores não funcionarem e houver risco de amputação ou hemorragia persistente; a remoção deve ser feita por profissionais médicos.
Em caso de amputação, guarde a parte amputada em um saco plástico com gelo e informe urgentemente os serviços de emergência.
9.10 Comportamento em caso de queda
Quando a queda for inevitável, largue a moto, pois ela pesa mais que o corpo. Ao atingir o solo e deslizar, tente distribuir o peso entre costas, pernas e braços.
Procure levar os pés à frente e rolar para evitar fraturas em braços e pernas. Não se levante até ter certeza de que está completamente parado, para evitar queimaduras pelo atrito com o asfalto.
9.11 Verificação da motocicleta após o acidente
Após o acidente, verifique se os pedais ou alavancas estão dobrados e se houve vazamento de fluido de freio, óleo ou gasolina.
Confira se as rodas giram livremente ou se o quadro da motocicleta sofreu deformações.
Se constatar que a motocicleta não pode continuar circulando, empurre-a até uma oficina; se isso não for possível, providencie o reboque por meio de um guincho.
Essa abordagem abrangente e didática tem como objetivo orientar os motociclistas para que, em qualquer situação, possam agir com segurança, responsabilidade e eficácia, contribuindo para um trânsito mais seguro e organizado.